Antonio Gramsci 
Americanismo e fordismo 

‘Americanismo e fordismo’ é formado por um conjunto de notas que Gramsci escreveu na prisão. Desde 1928 Gramsci encontrava-se empenhado em um projeto que denominava ‘für ewig’ (‘para sempre’, em alemão). Tratava-se de um conjunto de pesquisas sobre temas como a história italiana no século XIX, a teoria da história e da historiografia, o americanismo e o fordismo. Essas pesquisas foram registradas em cadernos, redigidos entre 1928 e 1935. As notas relacionadas aos temas do americanismo e do fordismo foram reunidas por Gramsci no chamado Caderno 22 e sua publicação após a morte de seu autor estimulou importantes estudos sobre o desenvolvimento do capitalismo no pós-guerra e as transformações nos processos de trabalho.

Circa l’autore

Antonio Gramsci (Ales, 1891 — Roma, 1937) nasceu na região da Sardenha, numa famı́lia de poucos recursos. Uma bolsa de estudos permitiu que se transferisse em 1911 a Turim para estudar na Faculdade de Letras e Filosofia. Ingressou nas fileiras do Partido Socialista em 1915 e participou ativamente do movimento contra a guerra. Colaborou com a imprensa socialista da época e em 1919 ajudou a fundar o jornal turinês L’Ordine Nuovo, que teve importante papel na organização do movimento operário da época. Participou da fundação do Partido Comunista da Itália (PCd’I), em 1921, e fez parte de sua direção. Foi eleito deputado em 1924, mas apesar de sua imunidade parlamentar foi encarcerado pelo governo fascista em 8 de novembro de 1926. Em junho de 1928, durante o julgamento que o condenou à prisão, a promotoria sentenciou: ‘Por vinte anos devemos impedir que este cérebro funcione’. Readquiriu a liberdade apenas em abril de 1937, mas com a saúde abalada pelos anos de prisão morreu poucos dias depois, em 27 de abril, em Roma, vı́tima de um derrame cerebral.