J. Guinsburg & João Roberto Faria 
O Naturalismo 

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O século XIX, com as profundas transformações materiais, sociais e políticas ocorridas em seu transcurso, foi o grande cadinho no qual, em todos os campos do conhecimento, das artes e das técnicas, as ideias entraram em efervescência e, num choque dos mais fecundos, abriram caminho para os modos de ser e de fazer no que veio a se tornar a modernidade. Nesse contexto, duas vertentes adquiriram particular significado no processo cultural do Ocidente: o romantismo e o naturalismo. Este último alimentado com base na crença da infinitude do progresso humano, pelo extraordinário desenvolvimento econômico, industrial e científico a consubstanciar-se nas propostas das várias versões do positivismo e do pragmatismo, geradas no seio da corrente realista que sempre permeou a criação artística e literária, com variações que vão de um objetivismo radical à tentativa de objetivar a subjetividade. Assim, era natural que o naturalismo fosse colher na biologia, na medicina, na psicologia, na sociologia e nas outras ciências alguns de seus conceitos fundamentais que, grosso modo, enquadraram, sem que se possa falar em determinação, suas produções. Todavia, levando a extremos seus ideologemas demarcadores, ele se expôs à dura crítica de seus opositores que, em média, acusaram-no de desconsiderar os mais altos e nobres valores estéticos e morais da sociedade. Não obstante, seu impiedoso bisturi crítico e suas escandalosas criações, na mimese de arte, exerceram enorme influência não apenas na França de origem, já que, transpondo fronteiras e oceanos, a visão de mundo e o modus faciendi naturalistas espalharam-se pela Europa e pelos quatro cantos do globo. Um dos principais motores/mentores dessa expansão foi, sem dúvida, Émile Zola, o escritor que com mais rigor e militância incorporou e expressou esse ideário em sua vasta obra romanesca, ensaística e dramatúrgica, cujo impacto falou pela pena e pela escritura de inúmeros autores em diferentes culturas, línguas e países.
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Table of Content

Nota de edição
J. Guinsburg e J.R. Faria

PRIMEIRA PARTE
O Espírito do Tempo
1. Quadro Histórico do Período Naturalista – Luiz Nazario
2. Os Fundamentos Filosóficos e Científicos do Naturalismo – Newton Cunha
3. Para uma Epistemologia do Naturalismo – Leda Tenório da Motta
4. Naturalismo e Vida Social: a Cidade, o Comércio, a Moda e o Consumo – Ana Claudia de Oliveira

SEGUNDA PARTE
O Naturalismo na Literatura

O Naturalismo na França
1. A Obra Literária dos Irmãos Goncourt – Gloria Carneiro do Amaral
2. As Ideias Literárias de Émile Zola – Célia Berrettini
3. O Romance Naturalista de Émile Zola – Célia Berrettini

A Expansão do Naturalismo
4. Eça de Queirós e o Naturalismo Português – António Apolinário Lourenço
5. O Naturalismo na Espanha – María de la Concepción Piñero Valverde
6. Verga e o Verismo Italiano – Mariarosaria Fabris
7. A Narrativa Naturalista na Alemanha – Helmut Galle
8. O Romance Naturalista na Inglaterra – Sandra Guardini Vasconcelos
9. O Naturalismo Literário na Rússia – Anastassia Bytsenko
10. O Naturalismo nos Estados Unidos – Marcos Soares
11. A Narrativa Naturalista na América Espanhola – Naomi Lindstrom

O Naturalismo no Brasil
12. A Recepção Crítica: Machado de Assis e o Naturalismo – Gilberto Pinheiro Passos
13. A Obra de Aluísio Azevedo – Orna Messer Levin
14. Julio Ribeiro, Adolfo Caminha e Inglês de Sousa – Leonardo Mendes e Sergio da Fonseca Amaral
15. Naturalismo e Regionalismo – Luiz Gonzaga Marchesan
16. Sexualidade e Erotismo no Romance Naturalista – Marcelo Bulhões
17. Raul Pompeia e o Naturalismo – Ivan Teixeira
18. Euclides da Cunha: Um Naturalista Para Além do Naturalismo –
J. Guinsburg, João Roberto Faria e Luiz Henrique Soares
19. A Crítica e o Naturalismo: Araripe, Romero e Veríssimo – Antonio Dimas

TERCEIRA PARTE
O Naturalismo no Teatro

1. A Dramaturgia Naturalista – João Roberto Faria
2. A Cena Naturalista – Walter Lima Torres
3. Stanislávski e o Naturalismo – Walter Lima Torres

QUARTA PARTE
O Naturalismo e Outras Artes

1. O Naturalismo no Cinema – Luiz Nazario
2. O Naturalismo nas Artes Plásticas – Annateresa Fabris
3. O Naturalismo na Arquitetura: Uma Abordagem
Historiográfica – Anat Falbel
4. O Naturalismo na Música – Ibaney Chasin
5. O Naturalismo na Dança – Soraia Maria Silva

Cronologia do Naturalismo
Colaboraram Neste Volume

About the author

J. Guinsburg é professor de Estética Teatral e Teoria do Teatro da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e editor. Autor, entre outros, de Stanislávski e o Teatro de Arte de Moscou; Leoni de’ Sommi: Um Judeu no Teatro da Renascença Italiana; Aventuras de uma Língua Errante; Stanislávski, Meierhold e Cia.; Da Cena em Cena. Tradutor de Diderot, Lessing, Nietzsche, Spinoza e Platão.

João Roberto Faria é professor titular de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo e pesquisador do CNPq. Coordenador da coleção Dramaturgos do Brasil (Martins Fontes), para a qual preparou os volumes Teatro de Álvares de Azevedo (2002), Teatro de Aluísio Azevedo e Emílio Rouède (2002), entre outros. É autor de O Teatro Realista no Brasil: 1855-1865 (Perspectiva/Edusp, 1993) e Idéias Teatrais: o Século XIX no Brasil (Perspectiva/Fapesp, 2001, Prêmio APCA).
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Language Portuguese ● Format EPUB ● Pages 680 ● ISBN 9788527310949 ● File size 9.0 MB ● Age 17-12 years ● Publisher Editora Perspectiva S/A ● City São Paulo ● Country BR ● Published 2017 ● Downloadable 24 months ● Currency EUR ● ID 8937488 ● Copy protection Adobe DRM
Requires a DRM capable ebook reader

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