Horacio Quiroga 
Contos de amor, de loucura e de morte 

‘Contos de amor, de loucura e de morte’ reuniu contos publicados em diferentes revistas, até serem recolhidos em volume em 1917, pela Cooperativa Editorial ‘Buenos Aires’. O título indica de antemão os principais temas com que o leitor há de se deparar. A morte é central em todos os contos, seja na violência entre os homens (ou na loucura que os leva a cometerem atos irracionais), seja para demonstrar a potência e a crueldade da natureza. Muitas das narrativas são ambientadas no campo e na floresta, entre Misiones e o Chaco, em que o autor explora certa vida cotidiana dos trópicos, principalmente nas regiões fronteiriças, entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, sendo as linhas de fronteira mais do que espaços geográficos, uma vez que indicam a dificuldade em determinar limites psíquicos entre a loucura e a sanidade, entre o patológico e o normal.

Mengenai Pengarang

Horacio Quiroga (Salto, 1878–Buenos Aires, 1937) foi, principalmente, um contista. Considerado um dos mestres do conto latino-americano, Quiroga teve uma vida atribulada devido a inúmeras tragédias por que passaram ele e sua família, como os suicídios que culminaram com o seu próprio, aos 58 anos, por envenenamento com cianureto. Sua juventude fora marcada pelas tertúlias literárias, que se davam regularmente numa casa abandonada, nas redondezas de Salto. Em 1900, após estadia em Paris, volta para Montevidéu e funda com alguns amigos o círculo literário El Consistorio del Gay Saber. Após acidente, que levou à morte de um dos companheiros, Quiroga deixa Salto e se muda para Buenos Aires. Passa a acompanhar, então, como fotógrafo, uma expedição às ruínas jesuíticas de San Ignácio, Misiones, chefiada pelo célebre escritor Leopoldo Lugones, por quem Quiroga tinha grande apreço. Quiroga se atrai pela vida selvagem, e como numa espécie de reminiscência pelo pai passa a viver no Chaco. Em 1901 publica seu primeiro livro, ‘Los arrecifes de coral’. Além dos ‘Contos de amor, de loucura e de morte’, destacam-se ‘El salvaje’ (1920), ‘Anaconda’ (1921), ‘El desierto’, ‘Los desterrados’ (1926) e ‘Más allá’ (1925).